quarta-feira, 9 de maio de 2007

Poluição Sonora em Salvador


Salvador é a campeã entre as capitais com o maior índice de poluição sonora. É claro que o carnaval e todos os seus milhões de decibéis colaboram, e muito pra tudo isso. Mas não é aí que a coisa acaba. Os carros e os bares continuam a maior festa do mundo.

Os carros transformam-se em verdadeiros trios elétricos e os bares que têm permissão apenas para servirem cerveja viram monumentais espetáculos noturnos (e diurnos também). E aquelaS motos com o escapamento aberto? Não me refiro apenas aos motoboys coitadinhos que passam às 3h da manhã levando a pizza, mas a todos os outros muitos, e são muitos mesmo, que passam a qualquer hora fazendo questão de acelerar e mostrar como são foda.


Ainda tem o tiozinho da pamonha de piracicaba. Esse é conhecido nacionalmente. E colega dele é o cara das frutas "ólha abacaxi, manga, melancia, quiabo, maracujá, freguêêêsa". É comprovado que esse tipo de coisa reduz a capacidade intelectual. A dele com certeza já foi atingida.
Os dados da Sucom (Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município) são de que 25% das denúncias recebidas por eles é referente a automóveis. O número total de denúncias é de 3 mil/mês. É importante lembrar que tais ações resultam na aplicação de multas por infração de trânsito grave (prevista no Artigo 228 do Código de Trânsito Brasileiro). Estarão sujeitos à penalidade todos os que ultrapassarem os 104 decibéis (db) na pressão sonora produzida a partir de componentes do veículo.

Mas os bares continuam sendo os campeões de reclamações na cidade. Barracas de praia, bares, restaurantes, casas de espetáculos recebem mais de 300 denúncias por dia. E mesmo com toda a fiscalização Sucom (ligue 156) que consegue atender a mais de 90% das reclamações, a coisa ainda está feia, ou melhor, barulhenta.
Apesar de o limite estabelecido pela Lei Municipal 5.354/98 ser de 70db entre 7 e 22h e 60db no período intermediário, a OMS aponta que o volume ideal vai até 50db.
Salvador tem limites de decibéis muito tolerantes adotados principalmente se comparados com o quadro mais restritivo de cidades como Porto Alegre, São Paulo e Curitiba. Antes de aumentar o rigor é preciso adequar a população aos valores estabelecidos. Mas sabe como é dureza essa parte, né?

Enquanto a população não é educada e os limites não são obedecidos, vou arrancando alguns fios de cabelo toda vez que escuto o "ólha abacaxi, manga, melancia, quiabo, maracujá, freguêêêsa".

milena palacios


obs.: Não haverá nenhum comentário sobre a poluição sonora dos templos, igrejas e derivados porque o Papa chega hoje.

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